https://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/issue/feedRotura – Revista de Comunicação, Cultura e Artes2025-10-10T14:34:35+00:00Secretariarotura@publicacoes.ciac.ptOpen Journal Systems<p><strong>ROTURA – Revista de Comunicação, Cultura e Artes</strong> é uma publicação do Centro de Investigação em Artes e Comunicação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Esta revista é publicada semestralmente em acesso aberto.</p>https://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/523Situated and shared visuality: representations of and by women2025-10-10T14:33:50+00:00Gema Pastor Andrésgema.pastor@urjc.esDiana Fernández Romerodiana.fernandez.romero@urjc.esSilvia Magro Velasilvia.magro@urjc.esSusana Costasrsilva@ualg.ptAna Filipa Martinsfcerolm@ualg.ptPatrícia Douradoapdourado@ualg.pt2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Gema Pastor Andrés, Diana Fernández Romero, Silvia Magro Vela, Susana Costa, Ana Filipa Martins, Patrícia Douradohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/432Pottery and resistance: rural women and their transformative contribution during the Spanish Transition. Photografphy as claim for memory2025-10-10T06:50:18+00:00Elisa Lozano Triviñoelisaloz@ucm.esMar Marcos Molanommmarcos@ucm.es<p>This study analyses traditional pottery making in the Canary Islands as an example of the transformative role of women in the construction of democracy in Spain during the period known as the Transition. In this sense, pottery, considered a minor activity linked to domesticity which, like all tasks associated with the peasantry, displayed gender inequality and disdain for women’s works, was nevertheless a means to economic independence and female participation in the public sphere: thanks to the sale of pieces, women potters generated networks of support and autonomy, although this access to the public space did not break with patriarchal structures. Through a qualitative and interdisciplinary approach, we will explore the gender dynamics and the conditions of exclusion faced by women potters, using archives, photographic archives and oral history techniques, with the aim of making visible the impact of their struggle in the vindication of social and political rights. The results will show how pottery was a space of resistance and collective agency, where women challenged patriarchal structures, contributed to cultural heritage and demonstrated the strength of organizations in the face of inequalities.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Elisa Lozano Triviño, Mar Marcos Molanohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/433Vênus entre tempos: da especulação arqueológica à fabulação crítica2025-10-10T06:50:16+00:00Maria Figueiredo Vazmfigueiredovaz@gmail.com<p class="p1">O presente artigo traça um paralelo entre a construção da imagem da pré-histórica Vênus de Willendorf e a moderna Vênus de Hotentote, com possíveis releituras e reelaborações a partir de mudanças epistemológicas feministas na Arqueologia e nas Artes Visuais. Nesse sentido, aproxima as duas áreas de conhecimento propondo uma arqueologia das imagens por meio de especulações, fabulações e vestígios que miram o passado e os arquivos com novas perguntas e a partir de outros sujeitos e perspectivas. O olhar crítico voltado ao passado, ao buscar romper com certas estruturas consolidadas, também evidencia o poder associado ao controle do discurso e à continuidade histórica que reafirma padrões presentes. Como foi construída não a sociedade humana – considerando a sua diversidade – mas a consolidação de certas estruturas e relações modernas e contemporâneas? Em que medida o controle sobre a narrativa do passado opera como um instrumento de poder no presente? Como criar mecanismos para contestar as estruturas dominantes?</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Maria Figueiredo Vazhttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/434Criação Partilhada entre realizadora e espectadora: Rua dos Anjos a partir de uma leitura feminista2025-10-10T06:50:14+00:00Renata Ferrazrenata.ferraz@ubi.ptIzabelle Louiseizabelle.louise@edu.ulisboa.pt<p>Com este artigo, propõe-se uma escrita que articula, simultaneamente, características científicas e ensaísticas, a partir da análise de três cenas do filme Rua dos Anjos (2022). A análise inscreve-se no campo dos Estudos Feministas e na metodologia de investigação e prática da Criação Partilhada, enfatizando a natureza plural da autoria entre uma das realizadoras e uma das espectadoras do filme em questão. A metodologia adoptada, ancorada na Investigação em Artes, reconhece a criação como um acto epistemológico fundamental, no qual a experiência sensível desempenha um papel central na produção de conhecimento.<br>Com o texto problematiza-se a estrutura tradicional da investigação, propondo um modelo em que uma investigadora-espectadora e uma investigadora-realizadora estabelecem uma troca de saberes num processo em que múltiplas perspectivas se contaminam mutuamente na construção do pensamento e da escrita.<br>Partindo de uma ética feminista que interroga as representações de género e sexualidade no cinema, a reflexão incide sobre o modo como o corpo feminino, nas suas múltiplas formas de expressão, se constitui como espaço de disputa simbólica, desafiando normatividades e expandindo os limites das narrativas cinematográficas sobre mulheres, ao centrar-se numa produção fílmica realizada entre elas. Esta abordagem sublinha a importância de reconhecer papéis historicamente subvalorizados na criação e na crítica cinematográfica, reivindicando uma compreensão mais equitativa dos processos artísticos.<br>Ao questionar expectativas normativas em torno da maternidade, da sexualidade e da identidade de género, o texto ensaia uma leitura crítica sobre a materialidade do corpo filmado e sobre a autoria, desafiando concepções hegemónicas da produção cinematográfica e sugerindo a criação como território de resistência e reconfiguração de sentidos.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Renata Ferraz, Izabelle Louisehttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/439Male Gaze and Female Gaze in the music industry. Analysis of the MTV Music Awards Song of the Year winning videos2025-10-10T14:34:35+00:00Galo Vásconez Merinogvasconez@unach.edu.ecAstrid Aguagallo Suárezastrid.aguagallo@unach.edu.ecRommina Mikaela De la Cruz Cruzcruzc.de@unach.edu.ecAntonella Carpio Ariasantonellacarpio@istog.edu.ec<p>The article examines the evolution of gaze in music videos that won the MTV Video Music Awards (VMA) for Best Song of the Year in two historical periods: the channel’s founding period (1984–2000) and contemporary production (2020–2024). The objective is to identify continuities and transformations in the way audiovisual gazes are configured to mediate the representation of female artists. The corpus consists of ten music videos selected for their media relevance, organized in a comparative manner between the two blocks. The methodology used is content analysis, supported by an observation matrix that allowed for the systematization of narrative, aesthetic, and symbolic elements in the productions studied. The results show that in the first stage, the male gaze predominates, with music videos that reproduce patterns of sexualization and subordination of women, associated with a visual logic centered on objectification and male desire. In contrast, in the contemporary period, expressions linked to the female gaze emerge, with a greater role for female artists in the construction of their narratives, which allows them to make their own experiences, emotions, and subjectivities visible. However, these transformations do not imply a total break: elements inherited from the male gaze persist, and the music industry continues to operate under market dynamics that condition the diversity of bodies, identities, and aesthetics represented. The study concludes that the VMAs function as a space of high cultural visibility where the female gaze is presented as a transformative alternative, although still constrained by exclusionary media and commercial structures.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Galo Vásconez Merino, Astrid Aguagallo Suárez, Rommina Mikaela De la Cruz Cruz, Antonella Carpio Ariashttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/451Looking for a Husband with a EU Passport (2000-2005). A cidadania como barreira à circulação2025-10-10T14:33:03+00:00Pedro Gonçalvespedrogoncalves3991@gmail.com<p>Neste artigo, dou enfoque às dinâmicas de circulação a partir dos sujeitos imigrantes, bem como às barreiras geográficas e sociais com que estes se confrontam ao movimentarem-se. Os debates em torno destes assuntos são desenvolvidos a partir do projeto artístico Looking for a Husband with a EU Passport (2000-2005), da artista Tanja Ostojić. Para tal, recorro a uma metodologia assente num corpo teórico proveniente dos feminismos e das teorias biopolíticas. A articulação entre estes dois campos teóricos permite-me questionar de que forma o trabalho artístico de Tanja Ostojić contribui para repensar os debates em torno da cidadania e da circulação de corpos femininos imigrantes no espaço da União Europeia. Além disso, a convergência destes marcos teóricos possibilitará identificar como esta obra provoca disrupções performativas nas relações de poder que restringem a mobilidade de determinados “corpos” migrantes. Mapear um corpo genderizado, sobretudo a partir dos marcadores que o definem culturalmente, motiva a sua reinscrição política a partir dos sistemas de poder com que se confronta. Se circular é um ato de confronto constante com as nomenclaturas identitárias instituídas, é também uma oportunidade para as reconsiderar – sobretudo nas exclusões que produzem. Este artigo procura, assim, interrogar de que modo Tanja Ostojić reconsidera essas relações de poder entre o seu corpo migrante e os sistemas de controlo do Espaço Schengen.</p>2025-09-29T12:31:01+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Pedro Gonçalveshttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/429Discursivities of empowerment, marginal women’s agency, and psychogeography of madrasa2025-10-10T06:50:19+00:00Mohd Muzhafar Idrusmuzhafaridrus@usim.edu.myNormazla Ahmad Mahirnormazla@usim.edu.myNorhaili Massarinorhaili@usim.edu.myHabibah Ismailhabibah.ismail@usim.edu.my<p>This article aligns with James Sidaway’s focus on the psychogeographical connections between landscape and narrative in rural communities, using the lived experiences of poor Muslim women at a Malaysian, non-city madrasa as an example. Psychogeography is defined as a creative method for reimagining places beyond conventional views. In this article, place-based, narrative rich model serves as the analytical lens to show how women gain strength through writing narratives about their peripheralized madrasa. While generally seen as centers of worship and Islamic education, these places rely on donor support for their survival. Typically located in countryside areas, non-urban Muslim places of faith reveal the interplay between human communities and their natural environments. Through these peripheral women’s personal narratives, this article firstly argues that their writings exemplify women’s spectrum of emotions, from fear, disorientation, and discomfort to solace, security, and contentment, reflecting elevated mental and emotional perceptions of the center of faith. This raises consciousness on their agency despite material and financial restrictions placed on them. Secondly, through this place and perception tracing, their experiences might better be interpreted as a symbolic reimagining of the places of faith, prompting the proposal of a new theoretical model: the psychogeography of madrasa by marginal women. By analyzing these first-hand narratives, interpretations, and lived realities within de-urbanized settings, this article challenges simplistic, often reductive depictions of women in Islamic faith-based places. Rather than reinforcing stereotypes of women in madrassas as alienated or victims of violence as reported by many Malaysian news accounts, it demonstrates how the theoretical model fosters a panoptic vision, one that shapes, permeates, and sustains social bonds with one another, nurturing collective women’s unity and active participation. Therefore, the proposed theory concerning the displaced women offers a counter-narrative, illustrating women’s discursivities of empowerment who draw strength not from volatile sufferings, but from communal harmony and collective women’s experiences.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Mohd Muzhafar Idrus, Normazla Ahmad Mahir, Norhaili Massari, Habibah Ismailhttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/436O Manifesto das Ovelhas: Lã, Mulheres e o Fio Invisível2025-10-10T06:50:12+00:00Emanuela Constância Bocciabocciasantos@gmail.com<p>Este texto propõe uma reflexão sobre a materialidade da lã como testemunha silenciosa da história das mulheres, conectando a produção têxtil ao contexto rural e à invisibilidade do trabalho feminino. Desenvolvido a partir da metodologia em art based research, o texto entrelaça teoria e prática artística, envolvendo experiências e trabalhos da própria autora como parte do processo investigativo. Destaca o processo de manufatura têxtil que é apagado pelo mercado, que valoriza apenas o produto. O texto dialoga com Donna Haraway, refletindo sobre a interdependência entre o humano e o não-humano, e como as relações de poder e violência estão imbricadas na produção têxtil, especialmente no trabalho das mulheres. O texto também aborda o trabalho das tapeteiras de Arraiolos, a desvalorização das práticas femininas e a construção social da feminilidade através do bordado, com base em teorias de Roszika Parker e Lucy R. Lyppard, questiona a marginalização de práticas artísticas femininas e, ao trabalhar com lã e bordado, a autora cria uma ambiguidade entre presença e ausência, refletindo sobre a violência intercultural e interespécies. Por fim, neste texto provoco uma conexão com a literatura, utilizando a epígrafe de Clarice Lispector e o poema de Sylvia Plath para destacar a busca pelo autoconhecimento e a desconstrução das fronteiras entre o humano e o não-humano.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Emanuela Constância Bocciahttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/453Subversão emergente na prática artística: in/visibilidades no feminino2025-10-10T14:34:19+00:00Célia Palmaceli.palma@gmail.comIsabel Cristina Carvalhoisabel.carvalho@uab.ptMirian Nogueira Tavaresmtavares@ualg.pt<p>O artigo explora o impacto da Média-Arte Digital (MAD), como ferramenta para fomentar a reflexão das normas de género associadas à identidade feminina, a partir da análise do processo criativo resultante do projeto autoral, que procura, através da prática artística interdisciplinar, com base no Artivismo, evidenciar o empoderamento feminino nas narrativas históricas. O estudo apresenta o processo criativo do artefacto artístico in/visibilidades no feminino 1.0, desenvolvido segundo o método a/r/cográfico, sustentado na etnografia e na abordagem metodológica qualitativa. A prática experimental envolve a convergência tecnológica da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) na criação imagética e interativa, como mediação artivista, que promove uma relação ativa com a interface, permitindo ao público participar enquanto regista as perceções, identificadas como subversão da narrativa, na tentativa de promover a visibilidade e o empoderamento da identidade feminina. Alinha-se com os princípios da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas e da iniciativa New European Bauhaus, na procura de práticas emergentes de expressão comprometidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, na promoção da igualdade de género.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Célia Palma, Isabel Cristina Carvalho, Mirian Nogueira Tavareshttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/469Letícia Maia e a intersecção entre arte, migração e plataformas digitais2025-10-10T14:34:04+00:00Marina Didier Nunes Galloma.didier@gmail.com<p>Este artigo propõe um estudo de caso da artista brasileira Letícia Maia (Mairiporã, 1988), residente no Porto desde 2019, para refletir sobre a intersecção entre arte, migração e plataformas digitais. A partir de uma entrevista semiestruturada realizada em 2025 e da análise da sua presença on-line, discutem-se tensões entre vulnerabilidade e visibilidade em práticas artísticas que envolvem nudez, auto-lesão performativa e negociação com algoritmos de moderação. A trajetória de Maia, marcada por uma transformação profissional que vai do teatro e da mediação cultural no Brasil para uma consolidação no campo da performance e das artes visuais em Portugal, evidencia deslocamentos culturais e simbólicos que conjugam oportunidades de inserção e a persistência de barreiras coloniais.<br>O estudo mobiliza duas chaves conceituais: (1) a ética do cuidado, entendida como prática coletiva de sustentação de vidas, redes e projetos, e (2) o feminismo decolonial, que revela como legados imperiais continuam a estruturar hierarquias de gênero, raça e trabalho. Argumenta-se que, embora plataformas como Instagram e Cargo Collective ofereçam visibilidade, circulação transnacional e vínculos de solidariedade, elas também impõem formas de trabalho invisível – responder mensagens, gerir censura algorítmica, lidar com discursos de ódio – que podem agravar condições de vulnerabilidade material e emocional no contexto migratório.<br>A análise destaca ainda a potência política da vulnerabilidade performativa, capaz de se converter em resistência e em produção coletiva de cuidado. Ao mesmo tempo, evidencia riscos de descontextualização e de leituras fetichizantes que atravessam a arte contemporânea, sobretudo quando o corpo é o meio central da criação. Conclui-se que compreender tais dinâmicas é fundamental para pensar políticas culturais e estratégias institucionais que reconheçam o cuidado como dimensão estrutural da prática artística contemporânea.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Marina Didier Nunes Gallohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/476Review of the exhibition “Figura y Fondo, archivo, tierra y mujeres”2025-10-10T14:32:31+00:00Darío Gil Cabanasdario.gil@urjc.es<p>This review examines “Figura y Fondo, archivo, tierra y mujeres”, an exhibition that, through artistic interventions and the reconfiguration of photographic archives, reflects on the historical invisibility of women in the countryside. Based on the research project Figure and ground. Iconic action to rediscover rural women. The photographic archive through art the exhibition explores the role of rural women, traditionally marginalized in visual representations of agricultural labor, and offers a critique of gender inequalities in land ownership. Using a variety of media, including intervened photography, artificial intelligence, collages and performance, the exhibition promotes the visibilization of women through a critical review of the past and the projection of possible futures. With a structure that explores the past, present and future, the exhibition not only highlights historical and social tensions, but also invites the viewer to reflect on the need to incorporate traditionally silenced voices into the visual narrative of the field. The exhibition was held at the C. C. Palacio de la Audiencia in Soria between March 28 and April 26, 2025.</p>2025-09-29T12:32:30+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Darío Gil Cabanashttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/347O método a/r/cográfico no desenvolvimento do processo criativo dos alunos do 6.º ano do ensino básico: A articulação entre a Educação Artística e as TIC na criação de uma exposição digital em Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP)2025-10-10T14:33:35+00:00Ricardo Mestrerfmestre@ualg.pt<p>O processo criativo é uma jornada pessoal e dinâmica, caracterizada por um ciclo contínuo de inspiração, exploração e expressão, no qual a mente criativa se expande entre os limites do possível e do impossível. A educação artística, enquanto processo de ensino e aprendizagem, desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral do indivíduo. Paralelamente, as tecnologias de informação e comunicação promovem a difusão rápida de conteúdos, influenciando a identidade e os meios de comunicação, permitindo a evolução das abordagens culturais e sociais.<br>A a/r/cografia estrutura o processo criativo em sete fases: inspiração, gatilho, intenção, conceptualização, prototipagem, teste e intervenção. Esta metodologia admite a reformulação de ideias, permitindo a articulação entre as fases metodológicas e o planeamento do projeto.<br>No âmbito deste projeto, os alunos foram desafiados a criar uma obra de arte digital em pequenos grupos, recorrendo à edição de imagem, com o objetivo de construir uma exposição digital interturmas. A atividade teve como ponto de partida a questão “Se eu fosse um artista, o que gostaria de mudar no mundo?”, incentivando os alunos a escolherem temas que refletissem os seus interesses e preocupações.<br>Os resultados evidenciaram um impacto positivo na comunidade educativa, proporcionando um espaço de criatividade e aprendizagem colaborativa. O método a/r/cográfico demonstrou ser eficaz, promovendo a participação ativa e entusiasta dos alunos. O projeto evidenciou o potencial da integração entre arte e tecnologia no contexto escolar, reforçando a importância do ensino artístico na construção de um ambiente educativo significativo. Além disso, mostrou-se uma ferramenta relevante na prevenção do abandono escolar, conferindo à escola um papel mais envolvente e próximo da realidade dos alunos.</p>2025-09-29T12:19:04+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Ricardo Mestrehttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/359Arte Figital: taxonomia e análise das dimensões híbridas na experiência estética contemporânea2025-10-10T06:50:25+00:00Nelson Francisco Ribeiro Caldeiracaldeira.nelson@gmail.comPedro Jorge Agostinho Alves da Veigapedro.veiga@uab.ptJoão Miguel Magalhães Marcelino Fernandes Cordeirojoao.cordeiro@uevora.pt<p>Este artigo examina a integração entre o físico e o digital na expressão artística contemporânea, sendo proposto o termo arte figital, um conceito derivado do termo phygital, adaptado do inglês para designar experiências híbridas que combinam elementos tangíveis e virtuais. A arte figital reflete uma fusão colaborativa entre o físico (fí-) e o digital (-gital), na qual ambos os componentes se influenciam mutuamente, possibilitando novas formas de expressão artística e de fruição por parte do público.<br>Para analisar estas dinâmicas, propõe-se uma taxonomia composta por seis categorias principais: integração físico-digital, fruição, interatividade, envolvimento corporal, experiência sensorial e profundidade conceptual. Esta estrutura permite uma avaliação abrangente das várias dimensões da experiência figital, fundamentada com base em teorias de autores como Manovich, Grau, Dewey e Veiga, entre outros.<br>Para testar a robustez e validade da taxonomia, esta foi aplicada a três obras representativas; Rain Room, The Treachery of Sanctuary e Unnumbered Sparks, analisando-as de forma comparativa e destacando a singularidade de cada uma no espectro figital.<br>A aplicação deste modelo taxonómico revela-se eficaz para identificar o equilíbrio entre os componentes físicos e digital e o envolvimento do público em múltiplos níveis. A tabela de classificação e o gráfico radar fornecem uma visualização clara da posição de cada obra, permitindo observar as diferentes abordagens. A flexibilidade desta taxonomia torna-a uma ferramenta para a análise e compreensão da arte figital, apoiando a inovação e a interatividade num contexto em que o tangível e o virtual se fundem de forma cada vez mais complexa.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Nelson Francisco Ribeiro Caldeira, Pedro Jorge Agostinho Alves da Veiga, João Miguel Magalhães Marcelino Fernandes Cordeirohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/360Olhares cruzados sobre a emergência da mediação artística e cultural nas políticas culturais em Portugal2025-10-10T06:50:23+00:00Cristina Cruzcristinac@eselx.ipl.ptGilles Suzannegilles.suzanne@institutfrancais-tunisie.comLaurence Vohlgemuthlaurence@eselx.ipl.pt<p>A passagem da ditadura para a democracia, em Portugal, é um marco para as políticas culturais que atualmente influenciam a forma como se procura definir os conceitos de mediação artística e cultural. Por isso, neste artigo procuramos compreender quando, como e por que a noção e o termo de “mediação” surgiram no quadro jurídico da ação cultural. Após a análise de textos como a Constituição portuguesa, os programas governamentais, as leis sobre o património, os museus, as regras de financiamento da cultura e a definição de um Plano Nacional das Artes (2019), em comparação com a situação na França, constatamos que a mutação das formas de politização da cultura constitui o terreno em que se desenvolveu a mediação cultural nos dois territórios. As políticas culturais visam progressivamente um uso das artes e da cultura para fins sociais de inclusão, operando uma mudança da democratização da cultura para uma democracia cultural, com o risco de fazer desaparecer a identidade dos artistas. No início dos anos 2000, a mediação artística e cultural impõe-se explicitamente nas políticas culturais locais, embora não tenha sido criado nenhum grupo profissional especificamente para o exercício da mediação. A transformação do ambiente social e urbano, promotor da criatividade e facilitador do convívio, não pode, no entanto, ocultar um movimento consumista da cultura e o incentivo à participação, finalidade atribuída à mediação artística e cultural, que enfrenta obstáculos como as condições de trabalho e de vida, fruto das políticas neoliberais adotadas há trinta anos.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Cristina Cruz, Gilles Suzanne, Laurence Vohlgemuthhttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/287Approaching to the audiovisual consumption of television series in young Spaniards2025-10-10T06:50:28+00:00Aurora Forteza Martínezaurora.forteza@unir.netPatricia de Casas Morenopcasas@unex.esMaría Dolores Guzmán Francomaria.guzman@dedu.uhu.es<p>Audiovisual consumption nowadays has been modified by the changes that have occurred in the technological ecosystem. While the general audience has changed their habits and customs in this fields, it is teenagers who have more diversified their way of watching television. This study aims to approximate the preferences and interests of teenagers in terms of audiovisual consumption, in general, and of television series, in particular. The methodology used was to hold a discussion group with 15 teenagers. Among the main results, it is worth mentioning they prefer to watch international series, where the genre of sitcoms stands out, although television series for teenagers also occupy a prominent place. As main conclusions, highlights that although the educational series are entertaining and enjoyable, they opt for a genre of more relaxed series that approach their daily lives, being able to identify with the stories that are narrated in them.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Aurora Forteza Martínez, Patricia de Casas Moreno, María Dolores Guzmán Francohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/472Media and Information Literacy in Compulsory Secondary Education: a case study in Zaragoza (Spain)2025-10-10T14:32:46+00:00Gonzalo Peña Ascacíbargpena@uji.es<p>Media and Information Literacy constitutes a fundamental competency framework in the educational field of ESO due to the critical analysis of information and communication that it implies, even more so with the prominence of the digital spectrum and the level of use of mobile devices by the adolescent population. However, despite the recommendations at European level and the different legislations in the Spanish territory, it has not been developed in depth in the country except for a few outstanding initiatives.<br>Given the characteristics of this context, what is proposed in this paper is the analysis of the design, development and implementation of a teaching-learning intervention carried out in IES Andalán and IES Villanueva de Gállego, located in the province of Zaragoza. This is composed of a structure of three blocks of content related to the AMI, where the research has as its main objective the observation of a learning situation on disinformation and information verification.<br>By means of a mixed methodology that combines quantitative and qualitative components through the diagnosis of practices, the evaluation of students’ productions and their perception of the relevance of AMI, it is observed how, despite the daily use of the Internet, a good part of the students do not check the information they receive and at the same time consider that media and information training should be greater in ESO due to its interest and usefulness.</p>2025-09-29T12:32:08+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Gonzalo Peña Ascacíbarhttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/356A reading of the unreadable book: Xu Bing’s Book from the Sky2025-10-10T14:33:18+00:00Claudia Ribeiroclaudia-ribeiro@edu.ulisboa.pt<p>Xu Bing’s installation Book from the Sky (天书 Tianshu) has been the subject of many different interpretations. What does this imposing artwork seek to convey, when its hundreds of books, posters, and scrolls, are full of four thousand invented “characters” that have no literal meaning and cannot even be read? I begin by describing the installation and then proceed to situate it in the time of its inception, China in the 1980s, as it was a product of that decade. Next, I present my interpretation of this artwork, which emphasizes, not sociopolitical aspects, nor influences by Western thinkers or theoretical currents, but its connexion to Chinese culture. Crossing Zen with the specificities of the Chinese script allows me to argue that Tianshu is ultimately about the Chinese script and points towards the visual dimensions of Chinese traditional thought.</p>2025-09-29T12:19:29+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Claudia Ribeirohttps://www.publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/419Uma máquina de invenções à deriva: proposições ecosóficas na arte contemporânea2025-10-10T06:50:21+00:00Cláudio Tarouco de Azevedoclaudiohifi@yahoo.com.brPaulo Bernardino Bastospbernard@ua.pt<p>Este artigo discorre sobre as produções artísticas realizadas durante a experiência no curso de Pós-Doutoramento em Criação Artística Contemporânea desenvolvido no Departamento de Comunicação e Arte – DeCA da Universidade de Aveiro – UA, entre 2024 e 2025, em Portugal. É discutida a abordagem metodológica envolvendo caminhadas à deriva como parte do dispositivo intitulado “máquina de invenções”, utilizado para a produção dos dados. Além disso, a produção e a pós-produção de imagens em ateliês, laboratórios e estúdios configuraram as práticas do fazer da investigação em arte. O objetivo deste artigo é analisar o processo de criação e as suas implicações conceptuais no contexto em que as obras foram realizadas. Esse processo e as próprias criações são compreendidas enquanto dados que dimensionam a presença da ecosofia do filósofo francês Félix Guattari como conceito operatório do estudo. A exposição no Museu de Aveiro (Santa Joana) e a residência artística – A arte do encontro caramulano – em Vouzela (Portugal) foram importantes experiências para o aprofundamento e o compartilhamento dos resultados das práxis poéticas e contribuíram para o procedimento de análise dos dados. A investigação resultou na realização de sete obras finalizadas e um work-in-progress. Esta última prevendo a incorporação de mecanismos eletrónicos para uma experiência de interação com o público-observador.</p>2025-09-29T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Cláudio Tarouco de Azevedo, Paulo Bernardino Bastos